As taxas de hipoteca nos Estados Unidos caíram recentemente, mas ainda estão subindo dramaticamente em relação ao ano anterior, graças ao aumento dos rendimentos dos títulos de longo prazo, à medida que o Federal Reserve aumentou as taxas de juros.
Embora isso já tenha tido um impacto negativo no mercado imobiliário, obteremos mais detalhes esta semana sobre o quão pior o dano se tornou.
Uma longa lista de dados habitacionais está disponível. Na terça-feira (20), o US Census Bureau (agência de recenseamento dos EUA) reportará os números de início de moradias e licenças de construção para novembro, seguido pela divulgação na sexta-feira (23) dos dados de vendas de novas residências para o mesmo mês.
No meio disso, estarão os números de vendas de casas existentes em novembro da Associação Nacional de Corretores de Imóveis na quarta-feira (21), bem como dados semanais sobre taxas de hipoteca e aplicações na quinta-feira (22).
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Nos últimos meses, as vendas de casas novas e existentes têm diminuído constantemente devido ao aumento das taxas e ao fato de os preços das casas permanecerem teimosamente altos para compradores iniciantes.
O início das habitações e as licenças de construção têm sido mais agitados mês a mês, mas esses números caíram em relação ao ano anterior.
Ainda assim, há alguns sinais promissores de que o pior pode passar em breve. As ações da Lennar, uma das maiores construtoras residenciais dos EUA, subiram após divulgar os lucros na semana passada.
A receita superou as previsões e a orientação da empresa para o número de residências que espera entregar no próximo ano também foi um pouco maior do que as estimativas dos analistas.
Os investidores da Lennar “podem estar olhando para 2023, talvez cruzando o vale da recessão para a recuperação potencial”, de acordo com Kenneth Leon, analista da CFRA Research.
Bolha ainda não se formou
De acordo com dados do Amherst Group, uma empresa de investimentos que compra casas unifamiliares para alugar, é importante contextualizar a recente queda nos preços.
Amherst disse que os preços das casas ainda estão cerca de 40% acima dos níveis pré-pandêmicos. Portanto, mesmo uma queda adicional de cerca de 15% apenas os levaria aos níveis de meados de 2021. Em outras palavras, isso não é como o estouro da bolha imobiliária de meados dos anos 2000.
É importante notar também que o mercado de trabalho ainda está forte e os salários estão crescendo. Além disso, muitos consumidores ainda têm níveis decentes de excesso de economia graças ao estímulo governamental da era pandêmica.
Isso tudo representa algumas boas razões pelas quais o mercado imobiliário poderia evitar uma queda severa e prolongada.
“O mercado imobiliário dos EUA ainda é apoiado por um mercado de trabalho apertado, o efeito de bloqueio de baixas taxas de hipoteca fixa para os proprietários existentes, subscrição de hipotecas apertada, baixa alavancagem no setor de hipotecas e baixa oferta de moradias”, disse Tracy Chen, em um relatório este mês.
“Acreditamos que podemos evitar uma grave crise imobiliária como a da crise financeira global”, acrescentou Chen.
Outros apontam que, embora as vendas de moradias possam permanecer fracas devido aos altos preços das casas e às taxas de hipoteca ainda elevadas, a boa notícia é que a maioria dos proprietários existentes ainda está pagando suas hipotecas mensais em dia.
Mais uma vez, é um contraste gritante em relação a 2008, quando muitas pessoas com empréstimos subprime ou mutuários com históricos de crédito ruins não conseguiam pagar suas hipotecas.
“A habitação não está derrubando a economia. Sim, o mercado imobiliário foi impactado. Mas a inadimplência das hipotecas ainda é baixa”, disse Gene Goldman, diretor de investimentos da Cetera Investment Management.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Crise imobiliária deve continuar nos EUA, mas especialistas mostram otimismo no site CNN Brasil.
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